segunda-feira, 21 de junho de 2010

Saramago não morreu

Fisicamente, José Saramago morreu no dia 18 de Junho, aos 87 anos de idade de pneumonia crônica. Faleceu no lugar que amava e com quem amava, em Lanzarote, em sua casa, na presença de sua esposa. Mas, como dizia Saramago: "Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória.".
Por isso, sentimentalmente ele não nos deixou, estará sempre marcado em nossa memória. Espero que seus pensamentos sirvam para todos como ensinamento, para que um dia voltemos a enxergar, como os personagens de sua obra mais conhecida[Ensaio sobre a Cegueira] conseguiram. Acho que um dos seus desejos seria que saíssemos dessa escuridão, desse caos global que criamos, onde reina a hipocrisia. Como disse o autor, nessa mesma obra: "Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem”.

Será que precisamos ficar cegos para enxergar o que não queremos ver e por isso não enxergamos?
Ainda tenho esperanças que um dia, não só enxerguemos as mazelas do mundo, mas que façamos cada um e todos um pouco para tentar mudar esse sistema perverso e destruidor.

"Levei a minha vida a olhar para dentro dos olhos das pessoas, é o único lugar do corpo onde talvez ainda exista uma alma"  Saramago.

Então Charlie Brown, o que é o amor pra você?




-Em 1987 meu pai tinha um carro azul.
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela. Quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir. 
Acho que isso é amor.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Corte de Etain

Não podia inaugurar meu blog de outro jeito...
Um conto irlandês chamado Corte de Etain simboliza a borboleta como a alma liberta de seu invólucro carnal, como na simbologia cristã. No conto, o Deus Miter se casa pela segunda vez com uma deusa chamada Etain, e por ciúmes, sua primeira esposa, transforma-a em uma poça de água. Após algum tempo, a poça dá vida a uma lagarta que se transforma em uma linda borboleta. 
Mider e Engus (filho de Dagda) recolhem a lagarta e a protegem. "E essa lagarta se torna em seguida uma borboleta púrpura.(...) era a mais bela que já ouve no mundo. O som de sua voz e o bater de suas asas eram mais doces que as gaitas de foles, as harpas e os cornos. 
Seus olhos brilhavam como pedras preciosas na obscuridade. Seu odor e seu perfume faziam passar a fome e a sede a quem quer que estivesse cerca dela. As gotículas que ela lançava de suas asas curavam todo o mal, toda doença e toda peste na casa daquele de quem ela se aproximava.
O simbolismo é o da borboleta, o da alma liberta de seu invólucro carnal, como na simbologia cristã, e transformada em benfeitora e bem-aventurada."

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